Diretor executivo da Home Doctor participou do podcast PodQ para discutir inovação, tecnologia e desafios do setor de cuidados domiciliares

 
O Dr. Cláudio Flauzino de Oliveira, diretor executivo da Home Doctor, participou do episódio #8 do podcast PodQ, da Quality Global Alliance (QGA), para debater recursos de sustentabilidade com foco em inovação e tecnologia do cuidado. Durante a conversa com o Dr. Rubens José Cuvelo, CEO da QGA, foram abordados os principais desafios e oportunidades da atenção domiciliar no Brasil.

Números expressivos da atenção domiciliar brasileira

Durante o programa, o Dr. Cláudio revelou dados impressionantes sobre o alcance da Home Doctor. Atualmente, a empresa atende 3.700 pacientes por dia, distribuídos em todas as regiões do país, do Rio Grande do Sul ao Pará. Além disso, a operação abrange mais de 550 municípios com cerca de 10 mil profissionais envolvidos.

Mas como uma empresa consegue manter esse padrão de atendimento em um território tão extenso? Segundo o especialista, a resposta está na combinação entre capacitação técnica rigorosa e desenvolvimento de habilidades comportamentais específicas para o ambiente domiciliar.

Inovação e cuidado: um equilíbrio delicado

O médico pediatra e intensivista pediátrico enfatizou que inovação e cuidado são intrínsecos, mas o cuidado permanece como base inegociável. “Acordamos para cuidar das pessoas em casa”, destacou durante a entrevista. Consequentemente, qualquer inovação deve agregar valor sem se sobrepor ao aspecto humano do atendimento.

A Home Doctor, que completou 30 anos em 2024, representa essa evolução natural da medicina. Originalmente, a atenção domiciliar era a prática mais antiga da medicina, mas se tornou inovação após o modelo hospitalocêntrico se estabelecer.

Desafios de sustentabilidade do setor

Um dos pontos mais críticos abordados no podcast foi a sustentabilidade financeira da atenção domiciliar. Embora a Home Doctor tenha resistido por três décadas, o Dr. Cláudio alertou para desafios crescentes na relação com operadoras de saúde.

As operadoras não são obrigadas a cobrir serviços de home care e frequentemente não valorizam acreditações ou qualidade superior. Dessa forma, acabam nivelando as tabelas de remuneração por baixo, prejudicando a sustentabilidade de empresas que investem em qualidade.

Estrutura logística complexa

Para manter o atendimento em escala nacional, a Home Doctor conta com 28 unidades e 9 centros de distribuição, que serão expandidos para 12 até o final de 2025. Cada centro processa farmácia, materiais, nutrição e equipamentos com rastreabilidade total do ciclo de vida dos itens.

As dispensações ocorrem de forma periódica (a cada 2-4 semanas) e emergencial, com SLA adaptado a cada região e negociado diretamente com as famílias. Portanto, essa estrutura permite atender desde grandes centros urbanos até municípios remotos.

Capacitação como diferencial competitivo

O Instituto de Ensino e Pesquisa da Home Doctor, criado em 2018 sem fins lucrativos, é responsável pelo treinamento de toda a rede. A capacitação combina aspectos técnicos e comportamentais, priorizando a adaptação ao ambiente domiciliar.

Segundo o Dr. Cláudio, habilidades comportamentais são mais difíceis de ensinar que competências técnicas. Afinal, atuar no domicílio exige aceitar pessoas estranhas no ambiente familiar e gerir expectativas de pacientes que podem estar insatisfeitos com transições anteriores.

O futuro da atenção domiciliar

Sobre inteligência artificial, o executivo demonstrou otimismo controlado. A Home Doctor já utiliza robôs, assistente virtual e análise de dados, mas reconhece que está apenas no início do potencial da IA no setor.

A participação no PodQ reforça o compromisso da Home Doctor com a disseminação de conhecimento sobre atenção domiciliar, contribuindo para o desenvolvimento de todo o setor no Brasil.

Assista aqui à entrevista completa: